sábado, 10 de maio de 2014

Opinião - "Um Casamento Feliz", Andrew Klavan

Sinopse


“O psiquiatra Cat Bradley tem uma vida feliz: é um homem decente e íntegro, amado pelos filhos, respeitado pelos pacientes e com um sólido casamento de quinze anos com a mulher que ama. Até que uma noite um problemático adolescente chamado Peter Blue entra numa viagem de loucura que mudará para sempre a vida do médico. Depois de uma acesa discussão com a sua namorada, Peter incendeia a igreja local e aponta uma arma ao polícia da cidade, um homem que não perdoa nem esquece. Ao enfrentar a prisão seguido de um forte sentimento de desespero, Peter é enviado a Cal para tratamento, numa última tentativa de salvação. Para Cal é o princípio de uma viagem ao mundo do medo, decepção e crime. Mas bizarramente, Cal descobre em Peter uma mente extraordinária, quase visionária, que o leva a questionar a sua própria vida, vendo-se obrigado a escolher entre aquilo em que acredita profundamente e aquilo que mais ama. Um thriller psicológico, bestseller nos EUA de um autor reconhecido e premiado, agora traduzido pela Presença.”

Opinião

Este é um daqueles livros que se comprasse pela capa e pelo título ia com a ideia errada sobre o tipo de história que ia ler, mas não foi o caso. Comecei a ler este livro por recomendação de um amigo e só lhe posso agradecer pela sugestão.

Um Casamento Feliz conta a história de Cat Bradley, ou melhor, Cat conta a sua história e começa aqui um dos pontos positivos deste livro. Durante toda a história, o escritor faz-nos sentir como se estivessemos na nossa sala de estar, a ouvir o desabafo de um dos nossos amigos mais queridos e, sendo assim, como podemos não prestar atenção?

Cat Bradley conta-nos a sua história desde que era adolescente até ao ponto onde se encontra agora. A cada página o compreendemos melhor, o que o move, o raciocínio que o levou às suas decisões, os seus sentimentos. Queremos ouvir tudo o que ele diz, perceber todo o seu significado e estender a mão para o ajudar. Contudo, a única coisa que Cat pede é alguém para o ouvir, alguém que partilhe o peso que ele carrega com ele,nem que seja em silêncio.

Ainda assim, a viagem a que este livro nos leva é repleta de suspense e emoções, com intervalos, ou para reflectir sobre o que faríamos naquela situação, ou para suster a respiração porque não sabemos o que vai acontecer a seguir.

O autor reafirma a ideia, de forma muito clara, de que nem tudo é o que parece, de que o caminho mais fácil é aquele das assumpções predefinidas, mas que este é, raramente, o correcto e que há sempre mais para além daquilo que tiramos da primeira avaliação.

No entanto, o que mais gostei neste livro foi o desfecho, as escolhas que as várias personagens fazem. É um livro que fala de decisões difíceis, que nem sempre concordamos, mas que demonstram que há coisas e pessoas pelas quais vale a pena abdicar de um pouco de felicidade.





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